quinta-feira, 23 de outubro de 2014

POETA MARCELO GAMA 


Costumam os críticos de língua inglesa dividir o Simbolismo nos ramos sério-estético e irônico-conversacional. Em nosso movimento, o segundo aspecto é mais raro, embora seja observável, por exemplo, em Marcelo Gama, cujo vocabulário assume por vezes tom coloquial e cuja dicção não disfarça a ironia. Marcelo Gama preocupa-se com temas cotidianos, de modo esquadrinhador e até ferino, o que revela, também, a influência de Cesário Verde, que nele já foi apontada. “Mulheres", nessa direção, é uma das composições mais curiosas de todo o simbolismo brasileiro; viva e mordente, corrosiva e sensual, não perde o interesse em toda a sua extensão. Mas também na diretriz sério-estética Marcelo possui merecimento, por exemplo em "Bucólico", com a sua mansidão pastoril e o seu feliz emprego do arcaísmo.

Nasceu Marcello Gama — cujo verdadeiro nome era Possidônio Machado — em Mostardas, no Rio Grande do Sul, em 3 de março de 1878. Exerceu o jornalismo. Sonhou com o socialismo. Faleceu no Rio, por acidente, quando, ao regressar de madrugada para casa, foi projetado do bonde, onde não resistira ao sono; caiu de um viaduto de 20 metros de altura sobre linha de estrada de ferro. Foi isso no dia 7 de março de 1915. 

BIBLIOGRAFIA DO POETA MARCELO GAMA

Via Sacra, Porto Alegre, 1902 (2." ed., Porto Alegre, Livraria Selbach, 1918);Avatar, Porto Alegre, 1904; Noite de Insônia, Porto Alegre, 1908; Via Sacra e Outros Poemas (compreendendo Via Sacra, Avatar, Noite de Insônia e Dispersos) Rio, Edição da Sociedade Filipe d'Oliveira, 1944.

PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS, in  POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p.316-319


Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/marcelo_gama.html


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