sexta-feira, 24 de outubro de 2014

CATAVENTO

Da obra "Via Sacra" de Marcelo Gama




















Vim sarar tédios, longe da cidade, 

a convite e conselho de um amigo, 

neste sombrio casarão antigo, 

onde tudo tem ares de saudade. 

"Vem para o campo que a paisagem há de curar-te". 

Mas, curar-me não consigo: 

ontem o riso esteve bem comigo; 

hoje me sinto cheio de ansiedade. 

Sou assim, como as asas do moinho 

que, lá distante, à beira do caminho, 

por entre casas velhas aparece: 

Gira ao norte.., ora ao sul.., depressa.., lento… 

Parece doido aquele cata-vento!… 

Mas como ele comigo se parece!



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