sábado, 25 de outubro de 2014

SEMANA CULTUAL CIDADE POESIA 


Escritores poderão lançar, divulgar e vender suas obras durante a semana.
Evento será entre os dias 17 e 22 de novembro, no Teatro Municipal.
A 1ª Semana Cultural Cidade Poesia, em Paranavaí, recebe inscrições de escritores locais até o dia 28 de outubro. O evento ocorre entre os dias 17 e 22 de novembro, no Teatro Municipal.
Fundação Cultural de Paranavaí abre inscrições para oficinas de arte.
Segundo a organização, os escritores poderão lançar, divulgar e vender suas obras literárias gratuitamente, durante o evento, também poderão doar exemplares para a biblioteca municipal. Para se inscrever, basta ir à Fundação Cultural (R. Guaporé, 2080, Centro) até a data limite.
Outros destaques da Semana Cultural Cidade Poesia serão o 49º Femup (Festival de Música e Poesia de Paranavaí), o 17º Varal Literário, o lançamento da 5ª Coletânea Pequenos Grandes Escritores de Paranavaí, e o 9º Encontro Estadual das Academias de Letras do Paraná, com a presença do escritor Laurentino Gomes, que irá participar de uma noite de autógrafos, no dia 21, e de uma palestra, no dia 22.



Fonte: Portal G1

MARCELO GAMA - BIOGRAFIA



Marcelo Gama (Mostardas - RS, 1878 - Rio de Janeiro - RJ, 1915) fez apenas os estudos primários, em Cachoeira do Sul - RS, em 1875. No período de 1898 a 1900 fundou o jornal Artes e Letras, em Porto Alegre, e a revista Lua, em Cachoeira do Sul. Em 1899 teve estréia sua peça "A Peste Bubônica", co-autoria de Zéferino Brasil*, na capital gaúcha, encenada pela Companhia Silva Pinto. Publicou crônicas sobre O Salão de Artes Estadual, no jornal Correio do Povo, em 1901. No ano seguinte, foi lançado seu primeiro livro de poesia, "Via Sacra", de estética simbolista. Ainda em 1902, ocorreram as estréias do monólogo "O Sonho" e da peça teatral "O Sol-à-Mão", escritos em parceria com Zéferino Brasil. Em 1903, teve seus poemas "Versos de um Coração" e "Ode à Morte" publicados no Almanaque Literário Estatístico do Rio Grande do Sul. Na década de 1910 publicou ainda "Avatar" (1904) e "Noite de Insônia" (1907). Em 1944 foi lançado o livro póstumo "Via Sacra e Outros Poemas". Segundo a crítica Regina Zilberman**, "a inauguração da estética simbolista no Sul é atribuída a Marcelo Gama, autor de Via Sacra, de 1902.".
Marcelo da Gama é o nome literário de Possidônio Cezimbra Machado. Poeta, jornalista, conferencista e teatrólogo. “Integralmente poeta” — escreve Andrade Muricy***, “queria viver no sonho e no mundo da poesia.” Como jornalista, exerceu essa profissão no Rio Grande do Sul e, depois, no Rio de Janeiro, onde sofreu um acidente mortal. Para Luís Correia de Melo, MG foi “um artista munificente do verso”. 


* Zéferino Brasil (Taquari, 1870 — Porto Alegre, 1942) poeta parnasiano e simbolista, membro fundador da Academia Rio-Grandense de Letras.
** Regina Zilberman (Porto Alegre, 1948) escritora e professora brasileira, licenciada em letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS, doutora em romanística pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e pós-doutorada em Rhode Island, nos Estados Unidos. É professora da UFRGS, vinculada ao Setor de Literatura Portuguesa e Luso-Africanas, além de orientadora de mestrado e doutorado, e uma das maiores especialistas em literatura infanto-juvenil e História da Literatura. Possui mais de vinte livros publicados e premiados na área pedagógica e educacional.
*** José Cândido de Andrade Muricy (Curitiba, em 1895 — +Rio de Janeiro, 1984) crítico literário e musical, autor de obras de ficção e de ensaios brasileiros. Pertenceu ao grupo Festa. Foi presidente da Academia Brasileira de Música e membro do Conselho Federal de Cultura. Em 1973, recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

CATAVENTO

Da obra "Via Sacra" de Marcelo Gama




















Vim sarar tédios, longe da cidade, 

a convite e conselho de um amigo, 

neste sombrio casarão antigo, 

onde tudo tem ares de saudade. 

"Vem para o campo que a paisagem há de curar-te". 

Mas, curar-me não consigo: 

ontem o riso esteve bem comigo; 

hoje me sinto cheio de ansiedade. 

Sou assim, como as asas do moinho 

que, lá distante, à beira do caminho, 

por entre casas velhas aparece: 

Gira ao norte.., ora ao sul.., depressa.., lento… 

Parece doido aquele cata-vento!… 

Mas como ele comigo se parece!



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

POETA MARCELO GAMA 


Costumam os críticos de língua inglesa dividir o Simbolismo nos ramos sério-estético e irônico-conversacional. Em nosso movimento, o segundo aspecto é mais raro, embora seja observável, por exemplo, em Marcelo Gama, cujo vocabulário assume por vezes tom coloquial e cuja dicção não disfarça a ironia. Marcelo Gama preocupa-se com temas cotidianos, de modo esquadrinhador e até ferino, o que revela, também, a influência de Cesário Verde, que nele já foi apontada. “Mulheres", nessa direção, é uma das composições mais curiosas de todo o simbolismo brasileiro; viva e mordente, corrosiva e sensual, não perde o interesse em toda a sua extensão. Mas também na diretriz sério-estética Marcelo possui merecimento, por exemplo em "Bucólico", com a sua mansidão pastoril e o seu feliz emprego do arcaísmo.

Nasceu Marcello Gama — cujo verdadeiro nome era Possidônio Machado — em Mostardas, no Rio Grande do Sul, em 3 de março de 1878. Exerceu o jornalismo. Sonhou com o socialismo. Faleceu no Rio, por acidente, quando, ao regressar de madrugada para casa, foi projetado do bonde, onde não resistira ao sono; caiu de um viaduto de 20 metros de altura sobre linha de estrada de ferro. Foi isso no dia 7 de março de 1915. 

BIBLIOGRAFIA DO POETA MARCELO GAMA

Via Sacra, Porto Alegre, 1902 (2." ed., Porto Alegre, Livraria Selbach, 1918);Avatar, Porto Alegre, 1904; Noite de Insônia, Porto Alegre, 1908; Via Sacra e Outros Poemas (compreendendo Via Sacra, Avatar, Noite de Insônia e Dispersos) Rio, Edição da Sociedade Filipe d'Oliveira, 1944.

PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS, in  POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p.316-319


Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/marcelo_gama.html